Acordei às 4h
da madrugada com o despertador tocando. Tomei um banho, chequei se o pênis
estava cem por cento limpo, peguei o exame de sangue, o recibo do hospital e
levei ainda uma cueca samba-canção de seda, para o caso de achar mais
confortável. Vou vesti-la se estiver sentindo dor e não conseguir vestir a
bermuda. Estava mais confiante, mas ao mesmo tempo, muito tenso.
Cheguei ao
hospital as 5h25. Fui até a recepção e aguardei para fazer o procedimento
burocrático. Apresentei a documentação, o funcionário pediu alguns dados
pessoais e pediu para aguardar ser chamado. Mais algumas pessoas aguardavam
serem chamadas para o pré-operatório. Chegou o horário da cirurgia (6h30) e
nada de eu ser chamado. E não havia ninguém que eu pudesse contatar, já que
eram 6h30 ainda. Resolvi aguardar um pouco mais. As 6h55 um funcionário me
chama e pede que eu o acompanhe. Pergunto se ele sabia se o médico já havia
chegado e ele informou que não, mas que estava a caminho.
Nesse momento
tudo é igual aos filmes, você passa por alguns corredores, até que chega a um
pequeno vestiário com um armário e algumas portas. Você recebe uma bata, que é
aberta na parte de trás, e pode ser fechada com pequenos velcros. Além disso,
recebe uma touca descartável para pôr na cabeça e um par de propés. Para quem
não conhece, o propé é uma espécie de sapatilha descartável, porém sem solado.
Então você tira toda a roupa e veste esses itens que mencionei. E suas roupas e
pertences, você põe no armário, fecha com a chave que já está nele e fica com a
chave.
Quando saí
desse vestiário uma enfermeira me encaminhou a uma sala de espera. Nela tinha
uma TV e duas outras pessoas, vestidas da mesma forma que eu e também aguardando
serem chamadas para cirurgias. Em poucos minutos a mesma enfermeira informa que
o médico chegou e que está quase tudo pronto para a cirurgia. Neste momento eu
estava muito nervoso, até tremia. Em seguida o médico entrou na sala de espera
onde eu estava, junto com a anestesiologista. Os dois me cumprimentam e avisam
que logo logo vão me chamar e se encaminham a sala de cirurgia.
Menos de 10
minutos depois sou chamado e encaminhado a sala de cirurgia pela enfermeira,
muito gentil e receptiva por sinal. Me deito na mesa de cirurgia, ao redor da
mesa um monte equipamentos, vários refletores na parte de cima da cama, da
mesma forma como nos filmes e novelas.
Em seguida, uma enfermeira coloca o sensor do monitor cardíaco no meu polegar direito e a
anestesiologista fura a minha mão esquerda perto do dedão e coloca o soro. Uma
dorzinha chata, mas rápida. Em seguida ela informa que vai fazer a sedação e
põe o sedativo na mesma mangueirinha do soro. O efeito é imediato. Você sente
todo o nervosismo passar rapidamente, fica bem tranquilo, depois meio grogue e
em menos de 2 minutos apaga totalmente. Digo 2 minutos, mas pode ter sido poucos segundos, não dá pra ter noção do tempo.
Bom, do restante da cirurgia eu não lembro de
nada, nem senti nada. Ainda bem. Quando recobrei parcialmente a consciência,
percebi que estava sendo levado para algum lugar, naquelas camas com rodas. Mas
logo apaguei de novo. Acordei alguns minutos depois, totalmente grogue, tonto,
sem fazer ideia de onde estava. Pouco depois, uma enfermeira chegou e perguntou
como me sentia. Lhe respondi que estava tonto. Ela disse que era normal e que
logo melhoraria. Cerca de meia hora depois eu já estava melhor. Ela perguntou
quem estava me acompanhando e eu disse que ninguém. Disse que meu carro estava
no estacionamento e que eu estava em condições para dirigir. Ela disse que o
hospital não autoriza a saída desacompanhada de nenhum paciente que tenha
passado por cirurgia. E o médico inclusive colocou no meu prontuário a minha
alta, desde que acompanhado. Eu então fiquei sem saber o que fazer, pois, não
queria chamar ninguém da família. Lembrei de um amigo de confiança (o único que
tenho desse tipo) e pedi para que alguém buscasse meu celular no armário. A
enfermeira foi até o armário comigo e pegou o telefone. Liguei para ele e ele
foi até o hospital me buscar. Daí me liberaram, depois que ele assinou se
responsabilizando por mim. Fui até o armário e retirei a roupa do hospital e
vesti minha roupa. Vesti a bermuda sem a cueca, porque uso cueca slip de
elástico exposto, que são bem justas e por causa do curativo, fica muito
volumoso, apertado e dói, não dá pra usar. Meu amigo me deixou em casa no meu
carro, mas antes passamos na empresa responsável pela equipe médica para fazer
o pagamento. Eu tinha deixado os R$ 1.100,00 dentro do carro. Paguei e recebi
as notas fiscais.
Quando cheguei
em casa percebi que minha bermuda estava com duas manchas pequenas de sangue.
Tratei de colocar a bermuda na água com sabão em pó, para evitar que se torne
difícil de remover as manchas. No mesmo dia enxaguei a bermuda e as manchas
saíram facilmente.
O médico
receitou o remédio Tilatil 20 mg de 12 em 12 horas (anti-inflamatório,
anti-térmico, analgésico e mais algumas coisas) e em caso de dor, 40 gotas de Dipirona
de 6 em 6 h. Já tomei o primeiro comprimido de Tilatil e não precisei da
Dipirona.
O curativo
estava com muito sangue e assim que cheguei em casa, removi o curativo, limpei
todo o sangue e fiz um novo curativo. Quase não sinto dor nenhuma, se não fizer
movimento brusco. Mas sei que o ponto do freio está bem dolorido e foi onde
mais sangrou. Só sinto umas fisgadas, quando me movimento ou ando.
O médico
retirou toda a pele que cobria a glande. Achei o visual legal, tipo de pênis de
ator pornô. E a impressão que se tem é que o pênis aumenta de tamanho, algo
como 1 cm. Mas é só impressão. Não sei como farei para dormir nesse primeiro dia, já que terei de
dormir de costas, coisa que não tenho hábito e outra preocupação são as ereções
involuntárias que tenho quase todas as noites.
As 23h37 eu fui trocar o curativo e me lavar,
para dormir. Preferi não deixar a água cair sobre mim diretamente com medo de
doer. Removi o curativo e quando comecei a me lavar, iniciou-se um sangramento,
seguido de um inchaço da região logo abaixo da glande, bem onde são dados os
pontos e ao redor de todo o pênis. Foi tanto sangue que ensopou duas folhas de
papel toalha. Eu fiquei desesperado, tanto que nem sei de onde saía tanto
sangue. Creio que isso ocorreu pelo esforço que fiz para me lavar. Depois que
parou o sangramento eu refiz o curativo. Ficou bem mal feito, mas foi o que o
meu psicológico permitiu fazer. Como era muito tarde e eu tinha o telefone do
médico, fiquei com medo de incomodá-lo tão tarde e tentei ver se ele tinha
WhatsApp, mesmo acreditando que ele só responderia no outro dia ou nem sequer
responderia. Por alguma força divina, ele respondeu em menos de um minuto e
passou orientações como colocar uma compressa com gelo, posicionar o pênis para
cima e repouso absoluto por algumas horas, para reduzir o trauma. Pediu que
informasse a ele no dia seguinte as condições. Fui tentar dormir, morrendo de
preocupação com as minhas frequentes ereções noturnas involuntárias.
Nota: Post atualizado em 19/08/2014 para correção ortográfica.